terça-feira, 19 de abril de 2011

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A GENTE? (Instituto Eckart)



O que foi que aconteceu com a gente? Porque hoje as pessoas convidadas para eventos educativos, tanto virtuais como presenciais reservam lugar, confirmam e não aparecem? Falta de compromisso? Falta de educação?  Será que não diz respeito? Ou ambas as coisas?
Nós damos muitos treinamentos e nos treinamentos em company as salas estão sempre exatamente com o número de pessoas que deveriam comparecer. Algumas vezes elas têm até alguns furões, e inclusive é feita uma lista de presença igual a que utilizamos nas salas de aulas para garantir que ninguém faltou. A primeira indagação é muito séria e diz respeito ao nosso compromisso, será que ele está relacionado à punição?
Entre outros significados a palavra compromisso também designa um acordo, um pacto, uma promessa, mínimo um contrato psicológico. Para nossos avós a honra era medida pelos fios de seus bigodes e era tudo feito na palavra, pois a palavra de uma pessoa era seu bem maior.  Tanto na universidade quando o aluno falta à aula, ou na pós-graduação se o participante pede para outro assinar no lugar dele, até as pessoas confirmarem a participação em um evento educativo, virtual ou presencial, e não aparecerem, esse que pode parecer um pequeno delito, mas na verdade esboça a ausência de compromisso. Assim nos referimos, pois não há pequeno nem grande delito, delito é delito. Veja você que não existe pessoa meio honesta, nem meio fiel, nem meio ruim, nem meio grávida, nem aquela meio comprometida.
O delito ele não é um ponto, ele é uma reticência. Alguém que rouba um chocolate em um supermercado força que o supermercado tenha mais segurança, que também customiza o produto já com aquela margem de prejuízo, que resulta em um preço maior e o honesto paga. Alguém que reserva um lugar em uma palestra não comete apenas um pequeno delito. Ele tira a vaga de alguém que desejava ir, reduz o número de expectadores e que poderiam ser alocados em um espaço menor. Também vai sobrar coffee breack e que vai fora, desilude as expectativas do palestrante em relação à entidade que promoveu o evento. E quem paga é o que está presente.  Paga, pois talvez o evento não seja realizado novamente. A entidade paga, talvez o convidado não queira mais participar de eventos ali promovidos. A sociedade paga, muitos dos recursos ali utilizados como água e luz, eles são oriundos de matérias primas provenientes de recursos naturais e estão sendo gastos desnecessariamente.
Compromisso não vem pela metade, não é fração, não aparece só para os grandes acontecimentos. Uma hora o descomprometido sempre mostra a sua face, pois para ele o mundo se move por um jogo de interesses e não de princípios/valores.
É por isso que nossos pais, que aprenderam com nossos avós  nos ensinaram que não se pega um lápis que não seja nosso. Que hora marcada é hora firmada. Chegar com brinquedo diferente da escola, nem pensar. Mais que nos ensinar a ter medo de punição, estavam nos ensinando a ter orgulho pela dignidade.  O indecente não tem dignidade e para eles os com dignidade são bobos. Se os bobos são aqueles que praticam o amar, a fidelidade, a honestidade, a bondade, enfim, a corrente do bem, somos desse time. Escreva aí e nos cobre, estamos comprometidos com toda essa bobeira, pois cremos que só os bobos são realmente felizes. Os lobos sempre estão com medo, pois acham que todos são descomprometidos como eles.
Pessoas que jogam lixo na rua pelas janelas de seus carros, outras que entram em algum lugar e se quer dão bom dia, ainda tem aquelas que nunca agradecem. Estamos cercados de um mundo sem educação que não sabe dizer nem um muito obrigado e muito pior, faça-me o favor. A Educação como diz os antigos vem de berço, um grande engano acreditar que sejam adquiridas com uma graduação, mestrado ou doutorado. A educação vem do coração. Isso mesmo, ela é patrimônio do sensível, do humilde, do interessado, daquele que sabe que amar é servir e, que servir não significa ser serviçal.
Derrubar uma árvore é falta de educação, discriminação de qualquer tipo, além de crime é falta de educação. Lavar a calçada com água que é um recurso não renovável é falta de educação, utilizar papel não reciclado é falta de educação, não prestar atenção no lixo seletivo é falta de educação. Para o mal educado todos estão a serviço dele. A árvore, a água, a sociedade, a natureza, os outros homens. Para o mal educado só ele dispõe de vida própria, a vida dos outros deve estar contida dentro dos interesses dele.
É inaceitável que uma pessoa que se alimente 3 vezes ao dia, enquanto muito mais da metade do mundo não se alimenta nenhuma, seja uma pessoa que não sorri. É inadmissível num mundo que muitas pessoas paraplégicas são exemplos de motivação e estimulo, outras em perfeito estado físico não dêem um aperto de mão com entusiasmo. É intolerável que para algumas pessoas o coração seja apenas um órgão biológico e não um lugar que de lá possa sair carinho, afeto, paz e amar. O mal educado é aquele que sofre de uma doença que tem assolado o mundo moderno, que chamamos de falta de gratidão.
O educado sempre é grato. Uma gratidão que vem em palavras, gestos, investimento no desenvolvimento de outras pessoas, tecnologias que permitam um crescimento sustentável, inclusive e principalmente, o educado ora e antes de pedir mais, ele agradece por tudo que já possui. O Educado é sempre uma pessoa atenciosa, desta forma, não faz pouco caso daquilo que o cerca, muito pelo contrário, por ser grato a tudo que o cerca ele valoriza e agradece. É por esta razão que o educado chega na hora, cumpre indicadores e metas, tem compromisso e é responsável. Mas muito mais importante que isso, por valorizar tudo que o cerca, o educado sorri com fraternidade, abraça com compromisso, zela a equipe se é gestor. Se for equipe, zela pelo  gestor. No trato do dia a dia, zela pela alegria e felicidade do colega.
A rapidez atropela. O mundo moderno está muito rápido, mais veloz, turbo, conseqüentemente mais suscetível a atropelamentos. A pressa é inimiga da perfeição, porque fazemos as coisas com menos qualidade. Alguém com pressa acaba sempre faltando com educação, para ele mais importante de que chegar, só lhe diz respeito a chegar primeiro. Por isso, não age com segurança, não respeita processos, pula etapas, passa por cima e o dano está feito.  
Podemos apontar também que uma pessoa mal educada normalmente é um bicho preguiçoso. Agora tente combinar alta velocidade com preguiça. Transfira isso para um piloto de fórmula 1 e concordará conosco que ele irá em algum momento bater, é só uma questão de tempo. Muitos de nós já descobriram isso e clamam por um mundo mais educado em todos os seus sentidos. Uma educação que nos torne mais sensíveis aos outro, todos os outros que nos cercam. Uma educação que faz o ser, ser humano.

sexta-feira, 4 de março de 2011

MITOS E DICAS SOBRE ENTREVISTAS



Acompanhar as matérias publicadas em jornais e revistas sobre as famosas dicas de “como conseguir um emprego” ou “como se dar bem em uma entrevista de seleção” é diversão constante para a maioria dos profissionais de Recursos Humanos. Algumas dicas como “homens devem usar terno azul e mulheres devem ir de tailleur preto” são recorrentes e tão inúteis quanto “mesmo que fume, diga que não!.”
Isso funcionava quando as empresas se colocavam no papel de superiores, de “empregadoras” e o candidato, no papel de submisso e inferiorizado, de profissional que aceita qualquer coisa para conseguir uma vaga. A premissa era a de que o candidato estava desempregado ou em uma situação profissional inferior à oferecida pela empresa, o que, cada vez menos, é uma condição verdadeira.
Em geral, nossas vagas são tão específicas sob o ponto de vista técnico ou comportamental que as empresas clientes têm de fazer um esforço para rever o perfil demandado e, em alguns casos, adaptar alguns aspectos ao perfil do profissional escolhido. Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, as pessoas têm procurado por um nível de profissionalização maior, realizando cursos, assistindo a palestras e atualizando-se. As informações estão todas aí, fáceis de serem acessadas via internet ou por meio da imprensa.
Dicas valiosas são aquelas que motivam o profissional a se desenvolver, a estudar mais, a ler muito e a relacionar-se com o máximo de pessoas possível. O resto é questão de bom senso.
Claro que informar-se sobre a empresa contratante, seu mercado de atuação, concorrência, etc. pode contar pontos importantes em uma avaliação, já que demonstra o interesse do profissional pela posição e sua característica empreendedora, bastante valorizada por grande parte das empresas. Mas isso não basta!
O profissional que está em busca de uma colocação precisa compreender que as empresas têm culturas e valores diferentes e o que é valorizado por uma não o será necessariamente por outra.
Conhecer essa cultura e avaliar se estes valores são condizentes com os do candidato são fundamentais para que ele não se frustre no futuro.
A maior parte das empresas já compreendeu que a relação tem que ser de “ganha-ganha” para ser duradoura. Elas perceberam também que a maior parte das contratações valorizava as competências técnicas e que a maioria das demissões acontecia em função de inadequações comportamentais. Por isso, muitas vezes aceitam trazer um profissional que não esteja 100% qualificado em termos técnicos, mas extremamente alinhado aos seus valores e perfil comportamental esperado.
Sendo assim, dicas voltadas para aparência ou que incentivam a pessoa a tentar mostrar algo que não é são péssimas, pois tentam padronizar as escolhas e reduzem a busca de um emprego a uma adaptação do profissional ao que ele considera ser a necessidade de uma empresa específica. Mas e se ele partiu de alguma premissa errada? E se o que a empresa busca é exatamente a pessoa e o profissional que ele é? Pior ainda, e se não for nada disso e ele for desligado no período de três meses? Portanto, aqui vale o sábio conselho de nossas mães e avós: seja você mesmo! O risco de dar errado é muito menor!
Autora: Marie-Françoise Winandy – Psicóloga, diretora da Acalântis Recursos Humanos / Analista Quântica – www.acalantis.com.br

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quem usa óculos tem mais chance na hora da entrevista



Aqueles que sofrem com problemas de visão podem se beneficiar - e muito! - na hora de conquistar um emprego. É que uma pesquisa do The College of Optometrists, uma instituição do Reino Unido, revelou que 43% das pessoas acham que os óculos dão certo ar intelectual. 

O estudo realizado com 2 mil indivíduos mostrou ainda que 36% dos entrevistados consideram que quem usa tal aparato parece ser mais profissional ou fica com jeito de executivo. Com isso, a instituição concluiu que os candidatos que usam óculos podem ter maiores chances em uma entrevista, afinal passam uma imagem de credibilidade. 

Lentes falsas
Os entrevistados pela instituição acreditam tanto na influência positiva dos aros e lentes que 40% deles poderiam considerar a opção de usar lentes sem grau só para melhorar sua imagem. 10% deles já incorporam o acessório ao vestuário com a intenção de parecer mais profissional e outros 16% usam ou poderiam vir a usar a fim de ficar com um ar mais inteligente. 

Contudo, a Dra. Susan Blakeney, do The College of Optometrists, lembra que os profissionais devem se preocupar com o seu "look" no geral. "É interessante notar como as pessoas acreditam que os óculos deixam alguém com uma cara mais profissional, porém é mais importante considerar o seu visual como um todo e se lembrar de usar uma roupa apropriada para o emprego que você tem em mente."



Você RH

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

À PROCURA DE EMPREGO



Alguns anos atrás, as pessoas batiam de porta em porta procurando emprego e entregando currículos em papel. Atualmente, algumas companhias disponibilizam em seus sites campos específicos para contratação. O candidato só precisa colocar as informações solicitadas. Entretanto, o currículo impresso ainda é aceito em muitas corporações. Pensando nisso, o blog da ABRH reuniu algumas dicas para ajudar você a montar um currículo atrativo.
De acordo com Cezar Antonio Tegon, membro do Comitê de Criação do CONARH, se o currículo for enviado à empresa por email ou papel, é preciso tomar cuidado com o tamanho. Para não errar, seja objetivo e sempre informe os dados pessoais, contatos, formação e histórico profissional. Não exagere  nem repita informações. Destaque apenas os cursos mais importantes e analise se está relacionado com a área de interesse. Se você fez intercâmbio ou alguma viagem, mencione somente se houver alguma conexão com seu aprimoramento profissional. Tem proficiência em algum idioma? Então não deixe de mencionar.
Contudo, não adianta se atentar a esses detalhes e esquecer a gramática. “Os erros de português causam impressão de formação deficiente e evidenciam falta de cuidado na elaboração do documento, passando uma imagem de desleixo”, alerta Tegon. A dica é fazer uma revisão rigorosa e, se preciso, pedir ajuda de alguém com mais conhecimento. Além disso, informações em excesso ou falta de informações, frases de efeitos ou exageradas e mentiras podem eliminar o candidato do processo seletivo.
Em contrapartida, as empresas que recebem currículos através de formulários vinculados ao site da companhia avaliam se todos os campos foram preenchidos corretamente. Porém, as dicas não fogem muito das que já foram apresentadas. Ter cautela, caprichar na redação e na escolha das palavras são diferenciais.
Se no momento da inscrição for exigido foto, coloque uma que mostre bem o rosto, com expressão aberta e positiva, mas sem exageros. Para mulheres, o ideal é usar uma foto sóbria, sem exposição desnecessária do corpo. Para Cezar, o currículo espelha a trajetória profissional e acadêmica e permite que as empresas avaliem de maneira clara e objetiva o candidato.
As companhias procuram profissionais diferenciados. Sabendo disso, Cezar Tegon explica que, seguindo uma tendência dos jovens profissionais e de várias empresas na Europa e nos Estados Unidos, uma nova forma de receber currículos vem ganhando destaque no Brasil: o vídeo currículo, que chegou para otimizar o tempo do candidato e do entrevistador.  “Nele, o candidato fala sobre sua formação, o histórico profissional e projetos de destaques, com duração média de 2 a 3 minutos”, explica o especialista. Por Taynã Almeida

Acontece nos RH das empresas......


CRITÉRIO É CRITÉRIO
Chegaram 700 currículos à mesa do diretor de uma grande multinacional.
Ele diz à secretária:
- Pegue os 30 que estão no topo da pilha e chame-os para serem entrevistados.
Jogue os restantes na máquina fragmentadora.
- O senhor está louco? São 670 pessoas! Talvez os melhores estejam lá!
Ele responde:
- Eu não preciso de gente sem sorte ao meu lado !!!

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EMPREGADO NOVO


O gerente chama o empregado da área de produção, negão, forte, 1,90m de altura, 100kg, recém admitido, e inicia o diálogo:
- Qual é o seu nome?
- Eduardo - responde o empregado.
- Olhe, - explica o gerente - eu não sei em que espelunca você trabalhou antes, mas aqui nós não chamamos as pessoas pelo seu primeiro nome.
Isso é muito familiar e pode levar a perda de autoridade. Eu só chamo meus funcionários pelo sobrenome: Ribeiro, Matos, Souza...

Então saiba que eu sou seu gerente e quero que me chame de Mendonça. Bem, agora quero saber: qual é o seu nome completo?
O empregado responde:
- Meu nome é Eduardo Paixão.
- Tá certo, Eduardo. Pode ir agora...

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PEDIDO DE AUMENTO

O jovem empregado vai à sala do director da empresa onde trabalha:
- Senhor director, vim aqui para lhe pedir um aumento. E adianto já que há quatro empresas atrás de mim..

Com medo de perder aquele promissor talento, dobra-lhe o salário ... as empresas valorizam os funcionários quando eles recebem outras propostas...

- Mas mate-me uma curiosidade. Pode dizer-me quais são essas quatro empresas?

- Sim, senhor. A da luz, a da água, a do telefone e o meu banco!!!


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RACIOCÍNIO RÁPIDO


Pra testar o caráter de um novo empregado, o dono da empresa mandou colocar 500 reais a mais no salário dele.
Passam os dias, e o funcionário não relata nada..
Chegando no outro mês, o dono faz o inverso: manda tirar 500 reais.
No mesmo dia, o funcionário entra na sala pra falar com ele:
- Doutor, acho que houve um engano e me tiraram 500 reais do salário.
- É ? Curioso que no mês passado eu coloquei 500 a mais e você não falou nada.
- É que um erro eu tolero, doutor, mas DOIS, eu acho um absurdo !



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Atitude




“A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser humano pode mudar de vida, mudando de atitude”.
(William James)


Um novo emprego, um novo empreendimento, um novo relacionamento. Independentemente de qual seja seu novo projeto, apenas mediante atitudes renovadas será possível cultivar resultados diferenciados. Afinal, se você trilhar o mesmo caminho, chegará apenas e tão somente aos mesmos lugares.

Se você está em fase de transição – e normalmente estamos, mas não nos apercebemos disso – aceite o convite para refletir sobre suas atitudes. E corra o risco de não apenas ter idéias criativas e inovadoras, mas também de livrar-se das antigas.

Componentes de uma Atitude

Atitudes são constatações, favoráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou eventos. Uma atitude é formada por três componentes: cognição, afeto e comportamento.

O plano cognitivo está relacionado ao conhecimento consciente de determinado fato. O componente afetivo corresponde ao segmento emocional ou sentimental de uma atitude. Finalmente, a vertente comportamental está relacionada à intenção de comportar-se de determinada maneira com relação a alguém, alguma coisa ou evento.

Para melhor compreensão, tomemos o exemplo a seguir. O ato de fumar faz parte dos hábitos de muitas pessoas. Uns, têm o hábito de fumar; outros, de criticar. E a pergunta que sempre se faz aos fumantes é o motivo pelo qual não declinam desta prática mesmo estando cientes de todos os males à saúde cientificamente comprovados.

Analisando este fato à luz dos três componentes de uma atitude podemos atinar o que acontece. O fumante, via de regra, tem plena consciência de que seu hábito é prejudicial à sua saúde. Ou seja, o componente cognitivo está presente em sua atitude. Porém, como ele não sente que esta prática esteja minando seu organismo, continua a fumar.


Até que um dia, uma pessoa próxima morre vitimada por um enfisema. Ou, ainda, ele próprio, fumante, é internado com indícios de problemas cardíacos decorrentes do fumo. Neste momento, está aberta a porta para acessar o aspecto emocional: ele sente o mal a que está se sujeitando e decide agir, mudando seu comportamento, deixando de fumar.


As pessoas acham que atitude é ação. Todavia, atitude é racionalizar, sentir e externar. A atitude não é um processo exógeno. É algo interno, que deve ocorrer de dentro para fora. E entre a conscientização e a ação, necessariamente deverá estar presente o sentimento como elo. Ou você sente, ou não muda...

Atitudes e Coerência

Atitudes, como valores, são adquiridos a partir de algumas predisposições genéticas e muita carga fenotípica, oriunda do meio em que vivemos. Moldamos nossas atitudes a partir daqueles com quem convivemos, admiramos, respeitamos e até tememos. Assim, reproduzimos muitas das atitudes de nossos pais, amigos, pessoas de nosso círculo de relacionamento. E as atitudes são bastante voláteis, motivo pelo qual a mídia costuma influenciar, ainda que subliminarmente, as pessoas no que tange a hábitos de consumo. Das calças boca de sino dos anos 70 aos óculos de Matrix nos dias atuais, modas são criadas a todo instante. 

As atitudes devem estar alinhadas com a coerência, ou acabam gerando novos comportamentos. Tendemos a buscar uma coerência racional em tudo o que fazemos. É por isso que muitas vezes mudamos o que dizemos ou buscamos argumentar até o limite para justificar uma determinada postura adotada. É um processo intrínseco. Se não houver coerência, não haverá paz em nossa consciência e buscaremos um estado de equilíbrio que poderá passar pelo auto-engano ou pela dissonância cognitiva.

Iniciativa, Hesitação e Acabativa

Pessoas dotadas de uma atitude empreendedora, estejam à frente de seus negócios como proprietários, acionistas ou colaboradores, têm por princípio uma grande capacidade de iniciativa. Seja um problema ou uma oportunidade, tomam conhecimento dos fatos, sentem a necessidade de uma ação e assumem um comportamento pró-ativo para solucionar o litígio ou aproveitar a condição favorável.

Estas pessoas conseguem combater o grande vilão da hesitação, este inimigo sorrateiro que nos faz adiar projetos, cancelar investimentos, protelar decisões. Ao combatermos a hesitação, corremos mais riscos, podemos experimentar mais insucessos, mas jamais ficaremos fadados à síndrome do “quase”, do benefício indelével da dúvida do que poderia ter sido “se” a atitude tomada fosse outra. 

Porém, não basta apenas vencer a hesitação e tomar a iniciativa. O verdadeiro empreendedor sabe que sem acabativa – um neologismo cada vez mais aceito para identificar a capacidade de levar a termo uma idéia ou projeto, próprio ou de outrem – não há sucesso. Sem acabativa, não passamos de filósofos, teorizando, conjecturando.

Por isso, cultive a coragem. Coragem para refletir e se conscientizar. Coragem para ter o coração e a mente abertos para internalizar o autoconhecimento adquirido. Coragem para agir e mudar se preciso for.

(Tom Coelho)


Ensaio sobre a Lágrima - Tom Coelho




“Chora, Tistu, chora. É preciso. As pessoas grandes não querem chorar, e fazem mal, porque as lágrimas gelam dentro delas, e o coração fica duro.”
(Maurice Druon, em “O Menino do Dedo Verde”)


Sempre apreciei a expressão “olhos marejados”. É, para mim, de uma beleza plástica incrível. Os olhos, as “janelas da alma”. E o mar, com seu ir e vir das ondas.

Olhos marejados são assim. Lágrimas que pensam em deixar o conforto dos olhos, mas que se retraem como quem diz: “Ainda não é hora” ou “Ainda não posso me desnudar”.

A lágrima revela tudo. Insólita por natureza carrega consigo dor, tristeza, alegria, emoção. A lágrima marejada se contém em si mesma. Ela é suficiente para cobrir toda a superfície ocular. Faz os olhos brilharem, refletindo a transparência da alma.

Hospitais são locais onde se tratam pessoas doentes. Construções de paredes sólidas e áridas, brancas e gélidas. Uma arquitetura onde o calor naturalmente se dissipa e onde as vozes ecoam assustadoramente – assim como as rodas e rodízios das cadeiras e macas que perambulam pelos corredores.

Acho que um dia alguém metido a “marketeiro” passou por um hospital e percebeu que ali faltava algo. Resolveu, então, colorir as paredes das alas de pediatria, instalar uma capela no térreo e criar um banco de sangue. Tudo isso para humanizar aquele ambiente. Porque o que lhe faltava era vida.

Ao contrário do que se faz supor, hospitais, e aqui excluo as maternidades, são moradas não da saúde, mas da doença. A saúde reside no sorriso maroto de uma criança, nas árvores que florescem na primavera, na conjunção erótica dos amantes. Nos hospitais, habitados pela doença, a morte espreita, vagando livremente, rindo-se sarcasticamente do sofrimento de internos e familiares.

Os profissionais – médicos, enfermeiros e assistentes – aprendem a ser heróis sem coração. Heróis porque lutam contra a engenhosidade ardilosa da doença que busca refúgio nos recônditos da complexidade do corpo humano, procurando dificultar o trabalho de sua descoberta. É um jogo de caça, de esconde-esconde, no qual o bem luta para triunfar enquanto o mal, uma vez instalado, dá-se por vitorioso desde o início, nada tendo a perder.

Entretanto, por atuarem numa batalha tão desigual, muitas vezes patrocinada pelo despreparo, pela desqualificação ou pela desestrutura, estes heróis aprendem a dominar suas emoções. Afinal, são tantos dias, dias após dias, horas e mais horas, enfrentando as adversidades, testemunhando a amargura velada ou silenciosa de seus pacientes, acompanhando o desespero e, por vezes, o destempero de familiares – que transitam com suas faces avermelhadas e seus óculos escuros, e não em decorrência do esplendor do sol –, que tudo aquilo se torna rotineiro. Cena do cotidiano.

Quando seu time de futebol vence uma partida, você fica feliz. Até esfuziante. Cada gol é comemorado como se fosse único. Mas se a equipe se torna imbatível, as conquistas perdem o sabor, porque se tornam previsíveis. A felicidade vira alegria. A alegria vira desdém. Assim ocorre com a maioria dos médicos. A sensibilidade se esvai, por hábito e por dever de ofício. E eu os respeito por isso. Porque não seria capaz de fazê-lo. Por isso tomei como profissão a mente e não o corpo das pessoas. Por isso fiz de um lápis, uma caneta ou um teclado meu próprio bisturi.

Numa manhã fria e cinzenta de novembro, minha mãe nos deixou. Não nos faltou empenho. Não nos faltou solidariedade. Não nos faltou fé. Só nos falta ela.

Os olhos já não estão mais marejados. Porque as lágrimas decidiram que era hora de se despir e ganhar o mundo. Tomaram formatos e feições diversas, algumas discretas como o orvalho da manhã, outras intermitentes como garoa paulistana.

Os céus, em sintonia, harmonia e deferência, também derramaram suas lágrimas, através da chuva que, misturada às lágrimas, anunciava a purificação, a renovação e a mensagem de que a vida segue.

O MOMENTO CERTO PARA MUDAR DE EMPREGO - Sandra Nagano




DECISÃO
''Acordar cedo para ir ao trabalho é um martírio, bem que hoje poderia ser domingo”. Quem nunca - ao menos uma vez na vida – pensou dessa forma numa dessas manhãs de segunda-feira? Aposto em raras exceções. Isso, isoladamente, não seria motivo para mudar de emprego, certo? Mas quando esse sentimento se torna recorrente – de segunda a sexta, de janeiro a dezembro – surge o indício de que é hora de pensar na possibilidade de respirar novos ares em uma nova empresa.

Outro sinal de alerta é a frustração causada pela falta de projeção dentro da empresa. Por exemplo, quando você já não consegue se ver futuramente como colaborador da companhia, não tem perspectiva de crescimento profissional e nem aumento salarial.

Há vida fora do trabalho!
É sempre importante refletir com calma sobre esta questão. Imagine cenários possíveis de uma mudança de emprego. As primeiras perguntas a se fazer são: “O que eu quero profissionalmente?”; “Qual fator me traria mais felicidade no trabalho?”. Mas lembre-se sempre de que há vida – e muita – fora da empresa. Às vezes, porções diárias de lazer (muitos minutos sabáticos) podem dar um novo ânimo, que por sua vez pode influenciar positivamente na sua rotina de trabalho. 

EU SEI O QUE QUERO?
1 Há casos de pessoas que, sempre insatisfeitas, saltam de emprego em emprego a fim de encontrar uma panaceia corporativa, que o faça encontrar o mais perfeito ambiente de trabalho. De fato, não há problema algum em imaginar um “emprego dos sonhos”. O problema, entretanto, pode estar nesta instabilidade profissional promovida pela constante falta de motivação.

Nem sempre mudar de emprego pode resolver seus problemas. Avalie se, de fato, está no setor ou carreira profissional que pretende seguir. Reflita sobre o que mais o motivaria neste “emprego dos sonhos”. Talvez aí você encontre uma chave para seguir mais motivado no próximo trabalho.

HORA DO CAFEZINHO
2 Tem gente que diz que a melhor hora de mudar de emprego é quando se está empregado. Se esta é sua situação, fica a dica: mantenha o máximo de discrição dentro da empresa atual. Algumas etiquetas corporativas devem ser respeitadas para evitar constrangimentos. Na hora do cafezinho, evite falar sobre essa possível mudança. Muito menos comente que irá cabular algumas horas de trabalho para ir a uma seleção – o que também não é nada recomendável. Outra dica importante: não utilize o e-mail corporativo para enviar currículos e marcar entrevistas. Isso porque muitas empresas fazem monitoramentos nos correios eletrônicos dos funcionários.

MINUTO SABÁTICO
3 Minha sugestão para este final de semana é: cante, dance e pule muito. É uma fórmula eficiente para relaxar das tensões do trabalho. Neste final de semana, já terão alguns blocos de pré-carnaval agitando as ruas de Fortaleza. Outra opção é o show gratuito de Vanessa da Mata amanhã, às 20h, no Parque do Cocó. Bom final de semana!

FIQUE POR DENTRO DO CORPORATIVÊS
4 Seu chefe é daqueles que adoram recorrer às expressões em inglês do mundo corporativo e solta, vez ou outra, algo como: “Precisamos dar um kick-off em nosso projeto e para isso precisamos de um headcount maior com bom expertise”. Calma, neste caso, ele apenas quer dar início ao projeto da empresa e, por isso, necessita de uma equipe maior com bons conhecimentos técnicos.

Sandra Nagano é jornalista da área econômica

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

OS MODELOS MENTAIS E SEUS PREJUÍZOS



A história é conhecida. “Uma mulher compra uma xícara de capuccino e cinco biscoitos de nata num café do shopping, e senta-se numa mesa próxima para comê-los. Logo à sua frente está um senhor desconhecido, lendo uma revista. Ela prova o capuccino e tira um biscoito do pacote. Assim que começa a comer, o homem tira um biscoito do mesmo pacote para si.

Descrente do que acaba de ver, ela come o primeiro biscoito e pensa no que fazer em seguida.

Curiosa, ela pega um segundo biscoito. Confiante, o homem faz o mesmo, estampando um enorme sorriso no rosto enquanto saboreia o seu biscoito. Somente o autocontrole impede a mulher de protestar contra este autêntico cara de pau.

Com apenas um biscoito sobrando agora, ela vai novamente ao pacote. Mas o homem é mais rápido. Com um sorriso e nenhuma palavra, ele quebra o biscoito que sobra ao meio e oferece o pedaço a ela. A mulher está inconformada. Ela então se levanta, pega sua bolsa e dirige-se rapidamente ao exterior do shopping rumo ao seu carro. Já no estacionamento, enquanto procura as chaves na bolsa, até deixa escapar uma pequena ofensa de seus lábios. É quando seus dedos acham, ao lado do molho de chaves, o pacotinho dos biscoitos que ela havia comprado no café... e está fechado, do jeitinho que a atendente lhe deu no balcão!”

A base sobre a qual fazemos julgamentos, a régua com que medimos as pessoas, nosso modo próprio de enxergar e compreender os eventos ao nosso redor, são frutos de nossos “modelos mentais” – também chamados paradigmas. Eles são construídos a partir das nossas crenças e convicções.

Como a mulher nessa história descobriu, nossos modelos mentais não são necessariamente corretos, já que mudanças em nosso ponto de vista sobre o mesmo evento podem ocorrer tão logo tenhamos novas informações adicionais a respeito.

Construir paradigmas flexíveis é um talento. Não só. É uma virtude indispensável ao perfil de grandes seres humanos, antes de excelentes profissionais. Só inteligências elevadas dominam esta arte.

Você deve imaginar que após o evento dos biscoitos, a mulher sofreu uma mudança abrupta na visão de seu próprio comportamento. Ela estava enganada. Seus pressupostos a empurravam a fazer julgamentos errôneos e falsos sobre o homem. Até achar o seu próprio pacote de biscoitos na bolsa, ela reputava o senhor como invasivo e mal educado, quando, de fato, ele não era. A verdade apareceu após ela ter visto o quadro completo.

É sempre assim!

Muitos de nós estamos em pé de igualdade com aquela mulher, julgando situações e pessoas, levando em conta um modelo mental tendencioso, parcial e egoísta. Como ficaríamos ao ver o quadro completo?

Calma ao julgar. Conhecer fatos antes de agir sumariamente faz bem à alma. E também ao corpo. Não se conformar com o que se sabe é amor à justiça.

Melhor que tudo? É não julgar.





- Artigo publicado no JL - Jornal de Londrina, em 26/07/2010, na coluna Profissão Atitude.