sexta-feira, 4 de março de 2011

MITOS E DICAS SOBRE ENTREVISTAS



Acompanhar as matérias publicadas em jornais e revistas sobre as famosas dicas de “como conseguir um emprego” ou “como se dar bem em uma entrevista de seleção” é diversão constante para a maioria dos profissionais de Recursos Humanos. Algumas dicas como “homens devem usar terno azul e mulheres devem ir de tailleur preto” são recorrentes e tão inúteis quanto “mesmo que fume, diga que não!.”
Isso funcionava quando as empresas se colocavam no papel de superiores, de “empregadoras” e o candidato, no papel de submisso e inferiorizado, de profissional que aceita qualquer coisa para conseguir uma vaga. A premissa era a de que o candidato estava desempregado ou em uma situação profissional inferior à oferecida pela empresa, o que, cada vez menos, é uma condição verdadeira.
Em geral, nossas vagas são tão específicas sob o ponto de vista técnico ou comportamental que as empresas clientes têm de fazer um esforço para rever o perfil demandado e, em alguns casos, adaptar alguns aspectos ao perfil do profissional escolhido. Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, as pessoas têm procurado por um nível de profissionalização maior, realizando cursos, assistindo a palestras e atualizando-se. As informações estão todas aí, fáceis de serem acessadas via internet ou por meio da imprensa.
Dicas valiosas são aquelas que motivam o profissional a se desenvolver, a estudar mais, a ler muito e a relacionar-se com o máximo de pessoas possível. O resto é questão de bom senso.
Claro que informar-se sobre a empresa contratante, seu mercado de atuação, concorrência, etc. pode contar pontos importantes em uma avaliação, já que demonstra o interesse do profissional pela posição e sua característica empreendedora, bastante valorizada por grande parte das empresas. Mas isso não basta!
O profissional que está em busca de uma colocação precisa compreender que as empresas têm culturas e valores diferentes e o que é valorizado por uma não o será necessariamente por outra.
Conhecer essa cultura e avaliar se estes valores são condizentes com os do candidato são fundamentais para que ele não se frustre no futuro.
A maior parte das empresas já compreendeu que a relação tem que ser de “ganha-ganha” para ser duradoura. Elas perceberam também que a maior parte das contratações valorizava as competências técnicas e que a maioria das demissões acontecia em função de inadequações comportamentais. Por isso, muitas vezes aceitam trazer um profissional que não esteja 100% qualificado em termos técnicos, mas extremamente alinhado aos seus valores e perfil comportamental esperado.
Sendo assim, dicas voltadas para aparência ou que incentivam a pessoa a tentar mostrar algo que não é são péssimas, pois tentam padronizar as escolhas e reduzem a busca de um emprego a uma adaptação do profissional ao que ele considera ser a necessidade de uma empresa específica. Mas e se ele partiu de alguma premissa errada? E se o que a empresa busca é exatamente a pessoa e o profissional que ele é? Pior ainda, e se não for nada disso e ele for desligado no período de três meses? Portanto, aqui vale o sábio conselho de nossas mães e avós: seja você mesmo! O risco de dar errado é muito menor!
Autora: Marie-Françoise Winandy – Psicóloga, diretora da Acalântis Recursos Humanos / Analista Quântica – www.acalantis.com.br

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