segunda-feira, 30 de novembro de 2009



MISSÃO IMPOSSÍVEL


Baixinha, pode ter certeza, a pessoa que mais te ama nesse mundo, não estará mais na terra quando eu fizer minha viagem.” (Vô/pai João Lopes)


Quando eu tinha quatro anos de idade, meu pai biológico foi embora. Fomos morar na casa dos avós. A personalidade austera da minha mãe era herança da minha avó, enquanto que meu avô era pura sensibilidade, puro coração, vivia no mundo da música! Um senso de humor impressionante! Além de sempre ter uma palavra amiga e de ensinamento pra quem estivesse com ele. No dia 21 de novembro, ás 15h15min ficamos sem a presença física desse grande homem que me criou. Fico lembrando situações bobas, das brincadeiras, da sabedoria... Não que eu tenha percebido tardiamente a grandiosidade de alma dele. Sempre fui sua fã. Ele sempre foi minha orientação, meu norte, a mão amiga.
Por conta dos ensinamentos do meu pai/avô, sabemos hoje sobre a vida além da morte, a beleza do mundo espiritual, as oportunidades de reencontro... Mas nada disso diminui a dor que eu sinto no meu coração quando lembro que ele não está mais aqui. Fico pensando também que até os quinze anos, eu era meio revoltada pelo abandono do meu pai biológico, e hoje? Agradeço á providência Divina por ter me dado a chance de ter sido educada pelo meu avô.
Essa semana com a correria do dia, trabalho, faculdade no período preparação para provas e de entrega de trabalhos, a lembrança dele esteve o tempo todo comigo. (sempre esteve, só que agora, mais intensa) No último trabalho falávamos sobre motivação, com uma apresentação bem UP, escolhi imagens a trilha sonora... Na avaliação, nosso orientador me perguntou sobre o porquê da música, se o trabalho tinha sido uma “missão impossível” (a música escolhida)... Na verdade, fazer qualquer coisa agora, tendo a certeza de que a pessoa que mais me ama não está mais entre a gente, como ele mesmo me falou, parece uma missão impossível! O que me acalenta é saber que ele está bem. Livre das amarras do corpo frágil e debilitado.
Ás vezes me sinto sob o olhar dele... Orientando, brincando... Meu vô querido... Saudades da sua baixinha... Mande notícias... E até breve.
RHosa